Data Escolhida: 22 de
Fevereiro de 1855
Assunto: Firmino
Monteiro
![]() |
Antônio Firmino Monteiro |
Antônio Firmino Monteiro
nasceu em 22 de fevereiro de 1855 na cidade do Rio de Janeiro. Teve uma
juventude pobre e exerceu as profissões de encadernador, caixeiro e tipógrafo
antes de se matricular aos 18 anos na Academia Imperial de Belas Artes (AIBA)
na década de 1870, onde estudou com Victor Meireles, Agostinho José da Mota,
Antônio de Pádua e Castro e João Zeferino da Costa. Na AIBA, demonstrou
interesse pelas disciplinas de Desenho e Pintura de História, essa última que
iria determinar a temática de suas produções, posteriormente.
O artista fez sua estreia no
cenário da arte no ano de 1879, quando participou da Exposição Geral de Belas
Artes, onde apresentou a tela "Exéquias de Camorim". A paisagem
histórica, inspirada no poema "A Confederação de Tamoios" (1856), de
Gonçalves de Magalhães, retrata o funeral de um índio morto por caçadores de
escravos. Ainda estudante não recebeu a atenção da crítica, que voltava a
atenção às telas de Pedro Américo e Victor Meirelles.
![]() |
Exéquias de Camorim - Firmino Monteiro |
No fim de 1881, Firmino
retorna aos salões oficiais na Exposição Industrial. Nela, ele reapresenta a
tela "Exéquias de Camorim", e também, uma paisagem da Praia Grande,
acaba por encerrar o ano com certo reconhecimento da crítica, em uma notícia
jornalística o artista é avaliado como "um dos pintores jovens que mais e
melhor tem produzido". A avaliação do crítico está relacionada ao quadro
"Fundação da Cidade do Rio de Janeiro" (1881). A tela foi exibida primeiro
no ateliê do próprio artista e, devido ao seu sucesso, foi destaque na
Exposição Typografica (1882), onde apresentou mais duas paisagens. Ao longo de
todo o ano, participou de diversos eventos e esteve bem avaliado nas páginas da
crítica.
![]() |
Fundação da Cidade do Rio de Janeiro - Firmino Monteiro |
Como dá para perceber,
Firmino Monteiro pintava principalmente paisagens e cenas pitorescas do Rio de
Janeiro da segunda metade do século XIX.
Em 1883, em passagem pela
Europa, produziu telas que refletiam o desejo por aprimorar a técnica de
paisagem e pintura histórica, prática que se deu na França. Apesar de se
afirmar que as viagens de Firmino Monteiro a Europa foram bancadas pelo Estado,
há indícios mais fortes de que obtinha apoio do Comendador Moitinho,
empreendedor do sistema ferroviário, cujo dos filhos, Monteiro era professor. Lecionou
pintura na Escola de Belas Artes da Bahia, e perspectiva e teoria da sombra
no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, em Salvador, onde permaneceu por um
breve período.
![]() |
Medalha da Imperial Ordem da Rosa |
Participou da Exposição
Geral de Belas Artes, nas edições de 1879 (quando conquistou a segunda medalha
de ouro), 1882, 1884 (em que recebeu do imperador, D.Pedro II, o título de Cavaleiro
da Imperial Ordem da Rosa), 1885 e 1887. Destacou-se primeiramente nas
paisagens, que pintava ao ar livre de forma bastante pioneira, antes da chegada
de Georg Grimm ao Brasil. Suas obras nesse gênero, segundo o crítico José
Teixeira Leite, revelam uma "bem cuidada perspectiva e perfeita integração
dos planos" e mostram-se "cheias de lirismo e dominadas por funda
nota de melancolia, por alguma ancestral, mal dissimulada, tristeza”.
Vejamos algumas obras de Firmino e de Grimm para compararmos:
![]() |
Firmino Monteiro |
![]() |
Georg Grimm |
![]() |
Firmino Monteiro |
![]() |
Georg Grimm |
No final da vida, dedicou-se
à pintura religiosa e histórica, gênero no qual não obteve grande
reconhecimento – o que Gonzaga Duque e José Teixeira Leite atribuíram a um
estudo imperfeito da anatomia humana. Contudo, para Caren Meghreblian, suas
telas históricas tinham um olhar inovador sobre os sujeitos históricos,
retratando o protagonismo de pessoas comuns, sem a pompa idealizada comum ao
gênero. O município de Niterói encomendou-lhe uma grande tela sobre a abolição
da escravidão, mas Antônio Firmino faleceu (Niterói/RJ em 03 de julho de 1888,
aos 33 anos de idade) antes de concluí-la.
Fontes de Pesquisa
Biográfica e Fotos: www.enciclopedia.itaucultural.org.br,
Wikipédia, www.museuafrobrasil.org.br,
Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E aí!? O que vc tem a dizer sobre isso?