por Redação
No domingo último – 27 de abril – a mais nova escola de samba carioca abriu as portas de sua sede na Gamboa - Pequena África, para sua primeira Feijoada de São Jorge.
A
Acadêmicos da Avenida Brasil é uma união de amigos e velhos parceiros de
carnaval que se propõem a homenagear os condutores de transporte público. O
nome e a homenagem chamaram nossa atenção e por isso fomos em busca de maiores
informações.
Segundo,
Célio Santos - Presidente da agremiação, em conversas com o Presidente de Honra
– Antônio Marcos Teles, o Tê, o assunto mobilidade urbana estava sempre em
pauta nas conversas deles, como a população carioca se locomove e utiliza os
transportes públicos.
E
começaram a lembrar e pesquisar de como foi a evolução da mobilidade dos
transportes públicos, por estradas e linhas férreas. Esse papo foi parar lá em 30
de abril de 1854, há exatos 171 anos atrás, quando circulou pela primeira vez a
primeira locomotiva brasileira na Estrada de Ferro Petrópolis num trecho entre
Mauá e Fragoso, fundada por Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde e Barão de
Mauá.
A
Estação Barão de Mauá (também chamada Estação Leopoldina) foi inaugurada em 6
de novembro de 1926 pela Estrada de Ferro Leopoldina, no Rio de Janeiro. A
linha que unia a Zona Central do Rio de Janeiro a Petrópolis e a Três Rios desde
sua inauguração até a primeira metade da década de 1980.
A
estação deixou de ser utilizada definitivamente para embarque de passageiros no
início do século XXI (2001), com todos os passageiros sendo transferidos para a
Estação Dom Pedro II (atual Central do Brasil), da antiga Estrada de Ferro
Central do Brasil.
Refletindo
nessas idas e vindas do trabalhador carioca no balançar preguiçoso dos trens concluíram
por fim, que a locomotiva seria o melhor ícone e símbolo da agremiação. Pensando
nos 58 quilômetros de extensão da Avenida Brasil passando por 27 bairros da
cidade, surge a ideia e desejo de homenagear todos os condutores e passageiros
que atravessam a região metropolitana através do transporte público seja para
trabalhar, estudar ou lazer.
E
assim nasceu o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos da Avenida Brasil,
com as cores verde, amarelo-ouro e branca, tendo como padroeiro São Cristóvão
que segundo em sua história católica conta que ele passava os dias ajudando
pessoas a atravessarem um perigoso rio, e como falamos de um legado cultural
fundado por afro-brasileiros, o padroeiro sincrético pela Umbanda à São Cristóvão
é o Orixá Xangô.
Uma
bela história, sem dúvida, e arrisco a dizer que a Avenida Brasil fará bastante
barulho em sua estreia no Carnaval 2026 pelo grupo de Avaliação na Intendente
Magalhães, seja pelo calor da Bateria Locomotiva do Samba, seja pelo enredo GENTILEZA
GERA PERFEIÇÃO, VIOLÊNCIA NÃO!
O
carnavalesco Bira Dance pretende desenvolver esse enredo tomando como base a
ação de José Datrino – o Profeta Gentileza, que escreveu pelos muros da cidade,
principalmente nas colunas do antigo viaduto em torno da Rodoviária Novo Rio,
frases motivacionais em que a gentileza era o sentimento e atitude necessária
para o bem viver social.
Sem
ser um enredo biográfico, Bira promete provocar e chamar o público para a
reflexão sobre as violências contra idosos. Lembrar que somos o
país que mais mata LGBTQIAPN+. Que mesmo com direitos assegurados em
Constituição os PCD’s não os têm de fato. E ainda tem o feminicídio, a
intolerância e o racismo religioso.
Ou
seja, nos últimos anos o verbo incluir tem ganhado promoção, no entanto, seu
significado não condiz com a realidade. E todas essas mazelas do mundo moderno
poderiam ser amenizadas com uma ação, atitude, sentimento simples que há muito
anda esquecido – a gentileza.
Gentileza
gera perfeição e a violência não tem lugar em um mundo ideal. A Avenida Brasil vem
enaltecer e rememorar esse sentimento acolhedor, respeitoso e inclusivo.
Toda ação provoca uma reação igual ou contrária, assim sendo: Gentileza gera Gentileza, que venha Avenida Brasil estaremos ansiosos aguardando por este desfile. Axé!!